Por que lutamos?

26/03/2009 11:49
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        Este é um artigo de um verdadeiro queimadense da qual muito me orgulho em te-lo, a partir de agora, como um colaborador diário deste blog e deste site

Postado em: 25|03|2009

Por que lutamos?
Por: Jesner A. Barbosa

 

 

 

        A história da humanidade é marcada pelas guerras e conflitos entre os povos, motivadas pela escassez e por variadas carências biológicas e psíquicas como a fome e a dominação. Na idade da pedra os homens das cavernas garantiam a sua sobrevivência disputando territórios movidos por atos de necessidade biológica ou social, objetivando obter as condições necessárias à sua sobrevivência, como  alimento e abrigo.

        Tomemos o exemplo de duas tribos famintas disputando uma plantação de batatas, insuficiente para alimentá-las satisfatoriamente. Neste caso a guerra é inevitável, pois representa a conservação do vencedor porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra. Logo, a tribo vencedora conquistará  a vitória e a fartura.

        Como exclamava o personagem machadiano: aos vencedores, as batatas!

Por outro lado há quem afirme que cientistas registraram a presença de baratas caminhando por entre os escombros após o massacre dos efeitos devastadores das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagazaki no Japão. Deduz-se, desse modo, que esses pequenos insetos sobreviveriam a uma hecatombe nuclear e não sofreriam com o grande desprendimento de calor provocado por tamanha explosão.

        Se o homem for imbecil o bastante para deflagrar uma guerra nuclear em grande escala podemos antecipar aos sobreviventes: aos vencedores, as baratas!

        E nós, por que lutamos? É costume dizer-se que lutamos pela liberdade ou para defender interesses próprios ou, ainda, por uma questão de sobrevivência. Estas três assertivas são verdadeiras no nosso caso. Nos dias atuais as guerras têm fundamento religioso ou econômico, mas a nossa guerra interna é singular – resulta da ineconômica necessidade de domínio como afirmação de uma classe sobre outra. 

        Como se sabe, o progresso das negociações para a formatação de um novo plano de carreira fiscal com os atuais dirigentes governamentais desagradou a ala nobre tão acostumada a ditar  normas e estabelecer as prioridades fazendárias. Em razão da pretensa autoridade adquirida e da necessidade da auto-afirmação de sua potestade, fruto de sentimentos xenófobos que alimentam os reacionários, adotaram a práxis protecionista. Mas, o recrudescimento das ações impeditivas e protelatórias descambou para o escárnio, para a desconsideração e até para a negação das qualificações profissionais de colegas com os quais conviviam e trabalhavam juntos há duas décadas.

        A iminente aprovação do projeto de modernização e racionalização da máquina administrativa fiscal, com a conseqüente adequação das atribuições funcionais dos integrantes do grupo fisco baiano, porá fim a esta guerra desarrazoada, contundente e escandalosa, deflagrada por um grupo de rebeldes e descontentes que anteriormente integravam o alto escalão da Sefaz nos governos pretéritos. 

        Apesar de toda essa desinteligência, no desfecho desta contenda, não haveremos de falar em vencidos, apenas em vencedores. Mesmo os iafistas mais empedernidos chorarão apenas lágrimas de crocodilo, pois serão também beneficiados doravante. Tudo ao seu tempo!

        Claro que nós, agentes de tributos, teremos muito mais a comemorar com o reconhecimento legal de nossas atribuições cotidianas. A aprovação deste projeto representa uma conquista grandiosa que descortinará um vasto horizonte de possibilidades técnicas e profissionais para todos nós.

        Restarão apenas as mágoas dos ressentidos e o ódio dos desvalidos. Então teremos apenas de lamentar: aos contendores, as chagas de uma refrega que custarão a cicatrizar!

        Contudo, sobressai-se desta lide uma figura heróica: Deus abençoe o Secretário da Fazenda da Bahia, Dr. Carlos Martins, que com o seu sentido de justiça, espírito inovador, visão futurista e vontade inquebrantável encampou esta luta com denodo, coragem e determinação digna de um titã a quem todos nós, agentes de tributos e auditores conscientes, devotarão para sempre o sincero reconhecimento e inegável gratidão.

        Em sua homenagem quero aqui repetir as palavras proféticas do genial Maquiavel autor do clássico “O Príncipe”:

“não há nada mais difícil de realizar, mais perigoso de conduzir ou de êxito mais incerto do que tomar a iniciativa na introdução de uma nova ordem de coisas. Porque o inovador tem como inimigo todos os que estavam bem nas condições antigas, e defensores pouco dispostos naqueles que talvez venham a ficar bem nas novas”.

 

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