Janio está com a razão.Mas...

05/03/2009 17:18

Sucessão à baiana

 

    Meu colega Janio Lopo (Janiolopo.com e Tribuna da Bahia) está correto na última análise que fez sobre o atual quadro político baiano e o desenho que já se faz para a reeleição de Jacques Wagner ou sua sucessão. Política, apesar das aparências, não é igual a futebol. Portanto, não há como a disputa terminar empatada, parodiando a sabedoria popular em que se "macumba ganhasse jogo campeonato baiano terminaria empatado.

    O Palácio de Ondina pode manter a mesma rotina dos dias atuais ou ganhar vida nova e, com certeza, agitada em 2010. O desenho hoje, para onde se olha, é uma disputa radical entre ex-aliados (?), com prevalência para o ministro Gedel Vieira Lima. Não que haja dados - pesquisa, por exemplo - a corroborar com essa tese.

    Na verdade, ela se baseia nas aparências. Explico melhor: Gedel é mais ativo, mais político e, sem a menor sombra de dúvida, mais brigador do que Wagner. O governador, no seu estilo conciliador, acaba por transparecer fraqueza. Isso para não falarmos que ainda não conseguiu azeitar a máquina do Estado, dois anos após a posse; não conseguiu eleger seu candidato a prefeito de Salvador; e deixou a Segurança Pública e a Saúde num verdadeiro caos. E não vale o argumento de que foi uma herança de governos passados.

    O fato, é que a imagem de Wagner, hoje, se assemelha muito a de Waldir Pires quando governador e era agressivamente acuado pelo falecido senador Antonio Carlos Magalhães. Mas há outros fatores, na área administrativa e política, a conturbar o quadro sempre desfavorável a Wagner. Enquanto Gedel atua em todas as frentes - trazendo obras para municípios baianos, como se do PT fosse - o governador, que tem trânsito livre no Palácio do Planalto e em vários ministérios, patina e patina feio.

    Se não é assim sua assessoria de comunicação está muito a desejar. Vamos tomar um pequeno exemplo. Nesta terça-feira o governador Jacques Wagner reuniu seu grupamento político, inclusive o PMDB, e foi inaugurar, não se sabe bem a razão, duas escolas nos municípios de Queimadas e Santa Luz.

    O evento era para contecer antes do carnaval. Mas devido a um possível esvaziamento adiou-se. E o que aconteceu? Absolutamente nada. Se era política visando a campanha de 2010 então a estratégia está totalmente equivocada. Pouco mais de 500 pessoas (em cada município) compareceu ao evento. O pior é que a obra estava praticamente concluída no final do governo Paulo Souto. Ou seja, Wagner esperou dois anos para inaugurar duas obras que não foram construídas pelo seu governo.

    Não é bem isso que luzienses e queimadenses, bem como moradores e outros municípios baianos esperam de seu governador. O "Cabra Forte" saiu e o que entrou em seu lugar? Um projeto que de bom, até o momento, só tem o tamanho, já que envolve ações em todas as secretarias. Mas no interior a preocupação é com as centenas de técnicos agrícolas e outros funcionários que trabalhavam oferecendo assistência técnica a pequenos produtores e , desde a posse de Wagner, estão desempregados.

Portanto, meu caro Janio vou apostar, neste momento, no mais brigador. Naquele que sabe o que quer e diz para que veio. Mas a estrada é longa e quem souber melhor pavimentar saberá mehor aproveitá-la. É esperar para ver.

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